Após a batalha com Durza nos túneis de Farthen Dur, uma cidade aliada dos Varden, localizada nas montanhas Beor, uma grande cicatriz é deixada em suas costas, incapacibilitando-o de muitas coisas. E seu amor por Arya, agora ainda maior, faz com que ele dê vários passos, sejam para frente ou para trás. Arya, embaixadora dos elfos que se localizam em Du Weldenvarden, envia a mensagem de Islanzadí a Eragon: Eragon e Saphira deveriam começar seu treinamento o mais rápido possível. Passando pela cidade dos anões, Tarnag, pelo rio Âz Ragni, pela cidade Hedarth, pelo rio Edda, até chegar ao lago Eldor e então, o rio Gaena, depois chegando no lago Ardwen e então a Sílthrim, a cidade que se encontra ao lado do mesmo.
Após alguns dias andando pela floresta a cavalo, eles chegam a Ellesméra, a capital de Du Wendelvarden. Lá Eragon começa seu treinamento com uma grande surpresa: A identidade de seus mestres. Roran, primo de Eragon, também enfrenta seus próprios desafios em Carvahall. Os Ra'zac voltaram, e desta vez estão atrás dele. Todos os aldeões pagam o preço quando decidem esconder Roran e protegê-lo. Quando eles notam que Gabaltorix não parará de enviar tropas para atacá-los, Roran decide partir com o resto da vila, em direção a Aberon, a capital de Surda, o país rebelde. Abaixo está o primeiro capítulo do primeiro livro para vocês poderem dar uma olhada e ver se vocês se interessam mais pelo livro. "
Prólogo: Espectro do Medo
O vento uivava na noite, carregando um aroma que mudaria o mundo. Um Espectro alto ergueu a cabeça e cheirou o ar. Ele parecia humano, exceto pelo cabelo carmesim e olhos castanho-avermelhados.Surpreso, piscou os olhos. A mensagem estava correta : eles estavam aqui. Ou seria uma armadilha? Ele ponderou e, depois, disse friamente:- Espalhem-se. Escondam-se atrás das árvores e dos arbustos. Detenham qualquer criatura que se aproximar... ou morrerão.
A sua volta, doze Urgals moviam-se desordenadamente, empunhando espadas curtas e escudos de ferro redondos com símbolos pretos. Pareciam homens de pernas curvadas e de braços grossos e brutos, feitos para destruir. Um par de chifres retorcidos brotava acima de suas pequenas orelhas. Os monstros foram correndo em direção aos arbustos, grunhindo enquanto se escondiam. Logo, o barulho de folhas sendo agitadas parou, e a floresta ficou silenciosa de novo.
O Espectro olhou em volta de uma grande árvore e, depois, para a trilha. Estava escuro demais para que qualquer humano pudesse enxergar, mas para ele o fraco luar parecia a luz do sol descendo por entre as árvores. Cada detalhe mostrava-se nítido e exato para seu olhar inquiridor. Permaneceu estranhamente em silêncio, segurando uma longa espada fosca. A arma era fina o bastante para penetrar entre duas costelas, porém era suficientemente forte para atravessar a armadura mais resistente.
Os Urgals não podiam enxergar tão bem quanto o Espectro; tateavam como mendigos cegos, manuseando suas armas atabalhoadamente. Uma coruja piou, rasgando o silêncio. Ninguém relaxou até o pássaro voar dali. Os monstros tremiam na noite fria. Um deles quebrou um graveto com a sua bota pesada. O Espectro sibilou furioso, e os Urgals se encolheram, imóveis. O Espectro conteve sua repulsa - os monstros fediam á carne podre - e se virou. Eles eram meros instrumentos, nada mais.
O Espectro pôs sua paciência á prova quando os minutos se tornaram horas. O aroma se propagava muito a frente dos que o exalavam. Ele não deixou que os Urgals se levantassem ou se esquentassem. Também negava esses luxos a si mesmo, permanecendo atrás de uma árvore, observando a trilha. Outra rajada de vento cortou a floresta. O cheiro estava mais forte dessa vez. Excitado, ergueu o lábio fino, mostrando os dentes.- Preparem-se - sussurrou. Seu corpo todo tremia. A ponta de sua espada se movia em pequenos círculos. Foram necessários muitos planos e muito sacrifício para colocá-lo ali, naquele momento. Não podia perder o controle agora.
Os olhos dos Urgals brilhavam abaixo das grossas sobrancelhas, e as criaturam seguravam suas armas com mais força. Á sua frente, o Espectro ouviu um tinido, como se algo tivesse batido com força em uma pedra solta. Vultos indistintos emergiram da escuridão e avançaram pela trilha.Três cavalos brancos e seus cavaleiros galopavam em direção à emboscada.
Eles estavam de cabeça erguida, orgulhosos, suas mantas ondulavam sob o luar, parecendo prata líquida. No primeiro cavalo ia um elfo de orelhas pontudas e de sobrancelhas elegantes e oblíquas. Tinha o corpo esgui, porém forte, como um florete. Um poderoso arco pendia em suas costas. Uma espada pressionava a lateral de seu corpo e estava oposta a uma aljava cheia de flechas guarnecidas com penas de cisnes.
O último cavaleiro tinha o rosto igualmente belo e feições angulosas parecidas com as do outro. Transportava uma longa lança na mão direita e um punhal branco na cinta. Um elmo extraordinariamente trabalhado, forjado com âmbar e ouro, repousava em sua cabeça.
Entre eles dois cavalgava uma elfa, que, com perfeito equilíbrio, observava o entorno. Enquadrados por tranças longas e negras, seus olhos profundos brilhavam com uma força instigante. Suas roupas não tinham adornos, entretanto, isso não diminuía sua beleza. Na lateral pendia uma espada e, nas costas, um arco e uma aljava. Levava no colo uma bolsa para a qual olhava freqüentemente, como se precisasse se certificar de que ainda estava lá.
Um dos elfos sussurou algo, mas o Espectro não conseguiu ouvir. A dama respondeu com uma autoridade óbvia, e os guardas trocaram de lugar. O que estava com o capacete tomou a frente, passando a empunhar a lança em prontidão. Passaram pelo esconderijo do Espectro e pelos primeiros Urgals sem suspeitarem de nada.
O Espectro já estava saboreando a vitória quando o vento mudou de direção, soprando para cima dos elfos o ar pesado do fedor dos Urgals. Os cavalos bufaram alarmados e sacudiram suas cabeças. Os cavaleiros ficaram alertas, seus olhos perscrutando a área de um lado a outro. Então repentinamente mudaram de direção e saíram galopando. O cavalo da dama disparou na frente, deixando os guardas bem atrás. Abandonando seus esconderijos, os Urgals levantaram-se e dispararam uma chuva de flechas negras.
O Espectro saltou de trás de uma árvore, ergueu a mão direita e gritou:- Garjzla! Um raio vermelho saiu da palma de sua mão rumo à dama, iluminando as árvores com uma luz sangrenta. O raio atingiu o corcel da elfa. O cavalo tombou, com um guincho estridente, caindo de peito no chão. Ela pulou de cima do animal com uma velocidade sobre-humana, aterrissou suavemente e olhou para trás, para os guardas.
As flechas mortíferas dos Urgals corriam para trucidar os elfos, o Espectro gritou:- Atrás dela! É ela que eu quero!Os monstros grunhiram e saíram correndo pela trilha.Um grito escapou dos lábios da elfa quando viu os companheiros mortos. Deu um passo em direção a eles, amaldiçoou os inimigos e se embrenhou na floresta.
Enquanto os Urgals abriam caminho em meio ás árvores, o Espectro subiu em uma pedra de granito que se projetava acima deles. De seu poleiro, podia ver toda a floresta circundante. Ele ergueu a mão e gritou:- Böetq istalri! E uma área de quatrocentos metros da floresta explodiu, ardendo em chamas.
Por: André e Vinicius